Durante uma aula dei com duas pequenas alunas (nos seus 7/8 anos) a discutirem o que gostavam de mudar em si, uma gostava de ser mais "branquinha", pois parece que é muito morena, a outra diz que precisa de ser mais magra, pois os meninos chamam-lhe gorda.
Assim, dei por mim a pensar que a escravatura da imagem está presente desde muito cedo.
Quando durante uma aula de dança, em que é suposto estarem a se divertir, estão preocupadas com a roupa ou a imagem, com se o que fazem as faz mostrar a barriga ou se as torna mais ou menos bonitas e sensuais. Quando aos 7/8 anos uma criança já tem complexos com o seu corpo, quando esse corpo (de menina) já é motivo de "gozo" por outras crianças. A conclusão é só uma. Estamos perante uma geração escrava de si mesma. Estas crianças nunca conhecerão a verdadeira definição de liberdade pois oprimem-se a si mesmas desde muito cedo. São escravas da sua própria imagem, uma imagem que muitas vezes não podem mudar, não depende delas. E se perguntam: Porque temos de ser assim e não podemos ser diferentes?
O mais importante anda a escapar a esta geração: A diversão, a brincadeira, a despreocupação, a verdadeira oportunidade de ser criança.
Fica o pensamento: se esta geração já vive assim, como será a sua idade adulta?
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